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Rede TV!, 12, enfrenta crise trabalhista e de prestigio

RedeTV!, 12, enfrenta crise trabalhista e de prestígio


A RedeTV! completa 13 anos no ar em novembro. Mas não consegue sair do seu inferno astral desde o aniversário passado. Ou seria o número 13 fazendo estragos?
A emissora tenta sair do olho do furacão. Perda de eventos esportivos, conflito entre sócios, ameaça de venda, atrasos salariais, saída de talentos como a trupe do "Pânico" e corte de funcionários se sucederam numa má fase que já dura meses.
"Coincidiu de perdermos eventos como o UFC e a Série B do Brasileirão, por causa da crise que apertou o crédito e dos gastos com a construção dessa nova sede", diz o presidente da emissora, Amilcare Dallevo. "Por isso atrasamos os salários, mas isso está sendo contornado."
"Os problemas foram menores do que o divulgado", contemporiza o vice-presidente, Marcelo Carvalho.
Em entrevista à Folha, juntos, os dois sócios da RedeTV! fizeram questão de mostrar que estão mais próximos. Sabem que parte dos problemas começou com os boatos de venda da parte de Carvalho e de atritos entre eles.
Veio então a sequência de notícias sobre atrasos de salários e a bomba de Carnaval: a RedeTV! perdeu o seu líder de audiência e faturamento -o "Pânico" foi para a Band.
"A gota d'água foi quando o [humorista do grupo] Carioca me pediu dinheiro emprestado para pagar a escola do filho", disse o empresário do "Pânico", Tutinha, ao reclamar do atraso de salários.
Carvalho rebate. Desafia o empresário a abrir seu contrato com a Bandeirantes. "Tutinha foi por dinheiro", dispara Carvalho. "É mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha do que ele botar a mão no bolso."
Dallevo também ataca: "Alguém que ganha R$ 150 mil por mês atrasa a escola?".
O vice-presidente da RedeTV! diz que Tutinha e Emílio Surita, líder do "Pânico", ficam com 50% de tudo o que o grupo fatura. "Na Band, os dois vão ganhar mais."
No mercado publicitário, a saída do "Pânico" chama a atenção pela guerra de números. Enquanto os humoristas espalham que o programa representava 40% do faturamento da Rede TV!, a emissora afirma que a atração respondia por 12% do total.
"Descobri que, com 30% do que gastava com o 'Pânico', posso fazer dois programas melhores", desdenha Dallevo. Ele se refere à versão brasileira de "Saturday Night Live", que estreia em abril.
"O mercado é [como um] abutre, mas não está aberto a prejulgamentos. Se [os programas] mostrarem resultados, não perderão anunciantes", observa o diretor de mídia da DPZ, Flávio Rezende.
Para ajustar as contas, a rede vendeu parte da faixa nobre ao pastor R.R. Soares por quase R$ 4 milhões mensais e enxugou sua folha de pagamento em cerca de 30%.
Tanto para Carvalho quanto para Dallevo a crise passou."Somos notícia porque incomodamos. Ninguém chuta cachorro morto", conclui Dallevo. (Keila Jimenez)

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