LAGOA DE JIJOCA- A MAIOR DO CEARÁ. VEJA A NATUREZA!
Lagoa de Jijoca - A maior do Estado do Ceará.
Por: Dr. Lima
Cruz
– A Lagoa da Jijoca, situada na divisa entre os municípios de Cruz e
Jijoca de Jericoacoara, é o maior lago natural do Estado do Ceará, com
cerca de 20 Km de espelho d’água. Citada no livro Iracema de:
José de Alencar,
como sendo um dos lugares visitados por
Iracema, por José Maria de Medeiros
Iracema,
“a
virgem dos lábios de mel”, onde se banhava em suas águas cristalinas.
Cheia de encantos e belezas mil é área de preservação ambiental, sendo
que nos últimos cem anos sangrou apenas quatro vezes, sendo em 1924,
1964, 1974 e 1985. O sangradouro desagua no Riacho Doce, que é cheio de
encantos e mistérios, pois, no verão, ora está seco, ora está cheiro sem
que haja registro de chuvas no local.
Para
que ela sangre é necessário uma boa quadra invernosa, pois seus
afluentes são de pequeno porte, e também depende de seu sangradouro está
ou não tomado pelas dunas. Quando a lagoa enche e seus sangradouro está
fechado pelas dunas, ela transborda e inunda os campos e as comunidade
vizinhas como a cidade de Jijoca de Jericoacoara, a Vila de Caiçara e as
comunidades de seu entorno, como por exemplo, Córrego dos Ana, Caiçara
de Baixo, Sambaíba, Paraguai, Córrego das Panelas, Córrego do Urubu e
Jijoca dos Lula.
Quando
a lagoa sangra, geralmente, com a ajuda de trabalhadores que fazem um
canal inicial para o escoamento das águas, resulta em abertura de um
canal com dez metros de largura, três metros de profundidade e cinco
quilômetros de extensão até chegar ao mar fazendo um espetáculo de rara
beleza. Cada vez que sangra é por um local diferente. Este processo de
encher, transbordar e secar é um fenômeno cíclico natural que acontece
com frequência na Lagoa da Jijoca.
As
dunas móveis e as matas ciliares formam um contraste que torna a
paisagem ainda mais exuberante. Em anos sucessivos de escassez de
chuvas, a lagoa reduz-se a um pequeno poço em sua parte mais profunda, a
exemplo do que aconteceu em 1958, quando o Ceará foi castigado por uma
das maiores secas já registrada no Nordeste Brasileiro.
Os
moradores nativos, que vivem ao entorno da lagoa, são fortes defensores
da preservação da lagoa em sua forma natural, embora, hoje, dezenas de
casas de estrangeiros, construídas ao redor da lagoa, tem desfigurado a
sua paisagem natural e modificado os costumes e a vida pacata de seus
habitantes primitivos.
Outro
fator que tem contribuído para modificação da lagoa e de seu entorno
tem sido a presença de barracas comerciais e denominações pontuais como
Lagoa do Coração, Lagoa da Caiçara, Lagoa Azul e Lagoa do Paraíso e
Pontal que fazem esquecer o nome de Lagoa da Jijoca, um dos mais belos
Cartão Postal da “Terra da Luz”.
Não
há quem não se encante ao visitar a Lagoa da Jijoca, comer uma peixada à
beira mar, tomar um gostoso banho de mar, beber água de coco,
vislumbrar as dunas de areias brancas como açúcar cristal, deitar em uma
rede de malha e embalar-se ao som das ondas do mar e das palhas do
coqueiro e como dizia o Rei do Baião: “ver tanta rabichola nas cadeiras
das muié”.
Este
ano a lagoa ainda não sangrou apesar de ter tomado bastante água, mas
ainda terá que subir mais de metro para chegar até a saída do
sangradouro, onde foi feito um trabalho com madeira para evitar que a
água abra um canal e deixe muito baixo o nível da água da lagoa,
trazendo consequências desfavoráveis para o turismo lacustre. Os
vizinhos também reclamam muito da presença de barcos a motor que soltam
óleo e sujam a água da lagoa, além do barulho que fazem prejudicando as
espécies de animais aquáticos, principalmente a sua reprodução.
Esta matéria foi enviada pelo
Dr. Lima, da cidade de Cruz,
no Estado do Ceará.
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