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futebol na tv não acaba com apito final

Futebol na TV não acaba com apito final

Se o Corinthians aplicar uma goleada histórica no Palmeiras hoje à tarde, no Estádio do Pacaembu, um jogador sem projeção marcar três gols ou um dos técnicos for expulso, as mesas-redondas terão assunto de sobra e audiência garantida.
Há pelo menos sete programas do tipo no ar atualmente na TV aberta e fechada. E estes são alguns dos ingredientes que podem render até três horas de discussões apaixonadas, opiniões divergentes, especulações de crise e quedas de treinadores.
"Vitória do Corinthians no clássico é audiência certa", afirma Flávio Prado, âncora do "Mesa Redonda Futebol Debate" da TV Gazeta, a mais antiga mesa-redonda de futebol em atividade.
No programa, que vai ao ar desde 1985, é normal que debatedores e convidados falem ao mesmo tempo. Por isso, Prado criou uma técnica para interromper monólogos que passem de dois minutos. "Se for convidado, pego uma respirada e mudo de assunto. Se é debatedor espero a câmera sair de mim e sinalizo."
O programa guarda uma semelhança com a primeiríssima mesa-redonda da televisão brasileira, a carioca "Grande Resenha Facit", criada por Walter Clark, que foi ao ar pela TV Rio em 1963. Baseada no modelo de debates políticos, a "Facit" contava com quatro debatedores-torcedores em sua bancada.
Nelson Rodrigues era Fluminense, José Maria Scassa, um arquiflamenguista, João Saldanha, botafoguense e o Vasco tinha como representante Vitorino Vieira.
O programa da TV Gazeta, da mesma forma, tem como um dos principais debatedores o notório e folclórico corintiano Chico Lang, um dos poucos debatedores da TV a assumir seu time de coração.
"Nunca declarei o meu time por uma questão de segurança", revela Milton Leite, o âncora reserva de Galvão Bueno no "Bem, Amigos!", a mesa-redonda do Sportv. "Vou muito ao estádio e é perigoso."
Já o timoneiro do "Linha de Passe" da ESPN Brasil, João Palomino, depois de dar algumas voltas, acaba se entregando, ligeiramente preocupado se sua inédita revelação será ou não publicada.
"O time que me faz subir no alambrado e gritar é o Taquaritinga. É uma paixão de cidade. Mas meu time de moleque é o São Paulo."
Apesar de diferentes no enfoque, no ritmo e na pauta, as mesas mantêm grande semelhança entre si.
Para ser uma mesa-redonda é preciso que haja mais do que três debatedores e um âncora. Cabe a este último contemporizar com os participantes, ditar o ritmo do programa e, o mais difícil, alinhavar as falas de modo a que façam algum sentido. Missão, em muitos casos, inglória e praticamente impossível.
Quando o programa acaba na TV, e as luzes se apagam, o debate continua nos bastidores. Segundo Palomino, é aí que se fala tudo o que os torcedores-espectadores realmente gostariam de ouvir. (Painel FC)

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