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Filmes e séries pela internet ameaçam negócio da TV Paga

Filmes e séries pela internet ameaçam negócio da TV paga


A experiência de assistir à televisão está passando por uma profunda transformação. Em 2020, nos Estados Unidos, se verá tanto vídeo distribuído pela internet quanto pelas redes de televisão e canais por assinatura. E o telespectador não perceberá diferença entre os meios.
Foi assim que o consultor Colin Dixon, especialista em mídias digitais, abriu sua palestra no fórum TV 2.0, sexta-feira em São Paulo.
Para Dixon, os serviços de distribuição de vídeo pela internet, chamados de over-the-top (OTT), como Netflix e Hulu, são uma ameaça à TV por assinatura, e as operadoras e programadoras subestimaram seu potencial.
A TV por assinatura reagiu tardiamente, oferecendo o conceito de TV everywhere, em que o assinante de TV paga acessa canais não-lineares em tablets e celulares, mas seu consumo ainda não é relevante.
Segundo Dixon, a Netflix conquistou 20 milhões de usuários em apenas quatro anos, coisa que a Comcast, uma das maiores operadoras dos EUA, levou 30 nos para conseguir. Em 2010, a HBO perdeu 1,6 milhão de assinantes nos Estados Unidos. O Netflix não foi decisivo para isso, mas teve alguma influência, de acordo com Dixon.
Somente no quarto trimestre de 2011, a Netflix (que detém 70% do mercado de vídeo pela internet dos EUA) carregou 2 bilhões de horas de conteúdo. O streaming da Netflix foi 80% maior do que todo o consumo de vídeo on demand das operadoras de TV paga americanas.
A tendência, pelo menos nos Estados Unidos, é a TV por assinatura perder assinantes. Dixon prevê que os 100 milhões de assinantes de 2011 serão 96 milhões em 2016. No Brasil, a TV paga continuará em franca expansão, ressalva Dixon, porque é um mercado ainda pouco explorado.
Os maiores prejudicados serão os canais de séries e filmes. O serviço over-the-top já aparece como substituto dos canais de filmes para muitos consumidores. No ano passado, segundo Dixon, 32% dos usuários de Netflix pretendiam mudar de pacote de TV paga, aderindo a um mais barato, sem os canais premium (como HBO).
Outra pesquisa apresentada por Dixon revelou que 74% dos assinantes que pretendem mudar para pacotes mais baratos justificam a medida com o argumento de que não precisam de tantos canais, porque não têm tempo para vê-los. E os serviços de vídeo pela internet, embora tragam filmes e séries com alguns meses de atraso em relação à TV paga, já são aprovados por 56% dos americanos.
A diferença crucial entre os dois serviços é o preço. Pacotes com canais premium costumam custar dez vezes mais do que uma assinatura mensal de over-the-top (R$ 15,00). (Daniel Castro)

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