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Escombros podem esconder outros corpos, segundo bombeiros no Rio

Cães farejadores vão percorrer o entulho, que foi levado para um terreno da Companhia de limpeza urbana

R7/ND
Bombeiros também procuram vítimas em destroços no alto do prédio
Os escombros dos três prédios que desabaram no centro do Rio de Janeiro na quarta-feira (25), que já foram levados para um terreno da Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana) na Baixada Fluminense, passarão por uma nova vistoria na tarde deste sábado (28). O secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, não descarta a hipótese de encontrar outros corpos em meio aos destroços.

Na tarde de sexta-feira (27), terceiro de dia das buscas, bombeiros encontraram um dos 17 corpos perdido entre os escombros. De acordo com o coronel, máquinas e cães farejadores devem ajudar na procura por vítimas que possam ter sido levadas com os destroços. “ Muitos corpos ficaram mutilados. Nós encontramos um corpo facilmente confundível. Os corpos podem ter se misturado aos escombros, à lama, ao cimento. Por isso, vamos preservar os escombros para realizar as novas buscas. Cães, máquinas e homens vão vasculhar os destroços.”

Cinco pessoas continuam desaparecidas, segundo a Defesa Civil Estadual. A tragédia já deixou 17 mortos e seis feridos. As ações dos bombeiros chegaram a ser parcialmente interrompidas durante a madrugada por causa da forte chuva que caiu sobre a cidade, mas foram completamente retomadas pouco antes das 9h.

Parentes e amigos dos desaparecidos aguardam por informações oficiais em um posto da Secretaria de Assistência Social que foi montado na Câmara de Vereadores, prédio vizinho ao local da catástrofe na Cinelândia. Uma equipe de médicos e psicólogos presta atendimento.

Simões afirmou na madrugada que irá pedir à prefeitura que faça a recontagem dos desaparecidos. O órgão chegou a receber dados de 27 pessoas sumidas. Ele diz acreditar que algumas pessoas apareceram após as famílias reclamarem por parentes. “ Vou pedir para a prefeitura fazer a recontagem dos desaparecidos para, quando a gente encerrar os trabalhos, terminar com a convicção de que todos foram encontrados.”

Dos 17 mortos, 12 já foram identificados e cinco corpos aguardam reconhecimento no IML (Instituto Médico Legal). Os dois primeiros enterros aconteceram na sexta-feira (27). Mais dois ocorrem neste sábado nos cemitérios do Catumbi e de Ricardo de Albuquerque.

Escada ficou preservada

As buscas por desaparecidos se concentram também na parte do edifício mais alto que não desabou. A parte do edifício Liberdade que ainda ficou de pé está colada ao prédio de número 6 da avenida Almirante Barroso. Com a ajuda de uma escada magirus, os agentes vasculham os destroços pendurados. Simões disse que cães farejadores sinalizaram que pode haver corpos na parte do prédio que restou, já que neste local ficavam as escadas. Para ele as pessoas usaram a escadaria para tentar fugir do desabamento.
“Agora estamos numa fase de trabalho minucioso. Encontrar a caixa de escada é muito importante para as buscas. Pelo que percebemos, houve uma tentativa de sair do prédio quando ouviram os primeiros estalos. Talvez ainda haja corpos por ali.”

A tragédia

Três prédios de aproximadamente 18, 10 e 4 andares desabaram pouco depois das 20h de quarta-feira (25), na avenida 13 de Maio, região da Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. Houve pânico e correria. Seis pessoas tiveram ferimentos leves. Mais de 20 ficaram soterradas. Um posto de informações para familiares de vítimas foi montado na Câmara dos Vereadores.


As causas da tragédia estão sendo investigadas. O prefeito Eduardo Paes, assim como alguns especialistas, minimizou a possibilidade de explosão. De acordo com avaliações preliminares de técnicos que trabalham no local, as causas teriam ligação com problemas estruturais.

A prefeitura informou que os três imóveis que desabaram estavam em situação regular e possuíam Habite-se (ato administrativo que autoriza o início da utilização efetiva de construções ou edificações destinadas à habitação). O prédio de número 44 foi construído em 1940 e era constituído de 18 andares de salas comerciais, além de loja e sobreloja. Os imóveis de números 38 e 40 eram de 1938 e constituídos, respectivamente, por quatro andares de salas comerciais, e por dez pavimentos de salas comerciais, além de loja e sobreloja.

Desde as 6h de quinta-feira (26), estão interditados os seguintes trechos: avenida 13 de Maio e avenida Almirante Barroso entre a avenida Rio Branco e a rua Senador Dantas. Esta última está com mão invertida entre a avenida Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga. Veículos procedentes da Cruz Vermelha e da avenida República do Chile devem seguir pela rua Senador Dantas. Equipes de diferentes órgãos, como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Comlurb etc, trabalham na remoção dos escombros.

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